Monique Edelstein
Hoje me surpreendi com uma revelação que me fez refletir sobre pessoas que são como um lago de águas calmas, porém profundas e outras como um oceano.
Quando vistos de longe, estes lagos inspiram tranqüilidade, serenidade, paz, reflexão e quietude.
Conhecer este lago já é outra história, quem sabe o que há lá em baixo. Quem já se aventurou e voltou para contar, que mistérios estão guardados lá onde nem a luz pode alcançar, que tesouros estão escondidos, que verdades foram enterradas e que medos estão aprisionados?
Já outras pessoas me parecem o Oceano Pacífico que de pacífico tem muito pouco. Águas sempre revoltas, ondas enormes, barulhento, golfinhos saltam revelando parte dos mistérios, baleias gigantes atravessam milhas para se alimentarem e para ter seus filhotes. Revelam-se na clareza de suas águas, na pouca profundidade de alguns pontos e muitos se aventuram, muitos contam o que viram - muito se sabe do que há lá em baixo - convidam à exploração.
Assim são as pessoas. O que vemos muitas vezes é apenas a superfície, algumas marolas, uma ou outra folhagem boiando, mas é lá em baixo, um pouco mais no fundo, que segredos, conhecimentos, experiências, tesouros e a história de suas vidas estão armazenados, onde ninguém pode ver. Ou então, está mostrando, convidando à visita, deixando à mostra o que há para ser visto.
Quanto tempo nos dedicamos a compreender de fato o que está guardado e quanto cuidado tomamos nesta exploração?
E em nossas águas, onde estão nossos lagos e onde estão nossos oceanos?
Privamo-nos e a outros de nossas riquezas deixando-as mergulhadas num fundo inexplorável e não possível de ser vivido. Que possibilidades estamos abrindo mão de viver e de compartilhar?
Nossas águas nos revelam outras vezes nos ocultam, outras ainda nos disfarçam.
Por que escolhemos o que mostrar e o que guardar? Qual é o critério determinante dessa escolha?
E o medo que temos de nos afogar nas partes mais escuras que nos impede de mergulhar e buscar pelo que está lá, à nossa espera, para ser vivido: uma lembrança doída, uma saudade funda, um amor guardado, um sonho sufocado?
Por quais águas estamos navegando? Por qual água cada um está navegando?
O que é Coaching e como pode me ajudar?
O Coaching é um processo com começo, meio e fim, fundamentado em bases teóricas consistentes validadas cientificamente, suportado por ferramentas e metodologia. Trata-se de uma relação de parceria entre o Coach (profissional especializado) e o Coachee (a pessoa interessada em se desenvolver), onde o Coach faz o papel daquele que instiga o Coachee a refletir e encontrar as respostas que necessita para evoluir em suas aspirações, sejam elas em quais áreas forem.
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24 fevereiro, 2009
Por que nos tempos escuros se escreve com tinta invisível? (Neruda – O Livro das perguntas)
Monique Edelstein
Ai Neruda, essas suas perguntas!!!
Justo quando estamos com mais medo de ir em frente é que recuamos mais, justo quando precisamos falar o que deve ser dito, nos calamos, justo quando a dor é insuportável, seguramos o grito!!
Na hora de falar a verdade usamos de subterfúgios, na hora da dor, disfarçamos de alegria, na hora de sermos nós mesmos, nos escondemos na máscara de algum personagem que um dia nos disseram que era o nosso papel e nós aceitamos.
Por que será tão difícil usar a tinta que qualquer um poderia ler, por que é tão difícil sermos transparentes e claros quanto ao que vai em nossos corações e cabeças?
E o mais incrível é que depois questionamos o porquê de ninguém compreender o que queremos. Ainda nos perguntamos por que será que ninguém nos entende, “Não é possível, eu tenho que fazer tudo sozinho mesmo!!!”
Naturalmente tememos expor nosso eu mais frágil, temos receio de que ao pedir por ajuda nos transformemos em reféns, em pessoas fracas. Justo na hora que mais precisamos desta ajuda nos boicotamos, apenas para doer um pouco mais.
Dá muito trabalho sustentar uma pose, sustentar uma condição que não é natural, mas mesmo assim, teimamos, batemos cabeça, até que chega um momento que o inevitável surge. Cedo ou tarde, a máscara cai e então, muito sem jeito e sem prática, não há alternativa que a de não ser claro, e então, como uma represa cuja comporta se rompeu, uma enxurrada de falas desconexas, sentimentos misturados, emoções confusas são lançadas em direção àquele que abriu as comportas, sem nem mesmo se dar conta disso.
E a tinta deixa de ser transparente para ser espessa por demais. É preciso refinar a tinta, filtrar, tirar os grumos que se formaram para então podermos escrever clara e legivelmente o que desejamos.
Será que temos medo de ser felizes? Será que a possibilidade de uma vida realizada é tão assustadora assim?
Mesmo infelizes insistimos em continuar a escrever em tinta invisível apenas para continuarmos infelizes.
É duro admitir, eu sei, mas... de que cor está a sua tinta?
Ai Neruda, essas suas perguntas!!!
Justo quando estamos com mais medo de ir em frente é que recuamos mais, justo quando precisamos falar o que deve ser dito, nos calamos, justo quando a dor é insuportável, seguramos o grito!!
Na hora de falar a verdade usamos de subterfúgios, na hora da dor, disfarçamos de alegria, na hora de sermos nós mesmos, nos escondemos na máscara de algum personagem que um dia nos disseram que era o nosso papel e nós aceitamos.
Por que será tão difícil usar a tinta que qualquer um poderia ler, por que é tão difícil sermos transparentes e claros quanto ao que vai em nossos corações e cabeças?
E o mais incrível é que depois questionamos o porquê de ninguém compreender o que queremos. Ainda nos perguntamos por que será que ninguém nos entende, “Não é possível, eu tenho que fazer tudo sozinho mesmo!!!”
Naturalmente tememos expor nosso eu mais frágil, temos receio de que ao pedir por ajuda nos transformemos em reféns, em pessoas fracas. Justo na hora que mais precisamos desta ajuda nos boicotamos, apenas para doer um pouco mais.
Dá muito trabalho sustentar uma pose, sustentar uma condição que não é natural, mas mesmo assim, teimamos, batemos cabeça, até que chega um momento que o inevitável surge. Cedo ou tarde, a máscara cai e então, muito sem jeito e sem prática, não há alternativa que a de não ser claro, e então, como uma represa cuja comporta se rompeu, uma enxurrada de falas desconexas, sentimentos misturados, emoções confusas são lançadas em direção àquele que abriu as comportas, sem nem mesmo se dar conta disso.
E a tinta deixa de ser transparente para ser espessa por demais. É preciso refinar a tinta, filtrar, tirar os grumos que se formaram para então podermos escrever clara e legivelmente o que desejamos.
Será que temos medo de ser felizes? Será que a possibilidade de uma vida realizada é tão assustadora assim?
Mesmo infelizes insistimos em continuar a escrever em tinta invisível apenas para continuarmos infelizes.
É duro admitir, eu sei, mas... de que cor está a sua tinta?
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