Felicidade é um biquíni tamanho P, Felicidade é dirigir o carro X, Felicidade é fumar o cigarro X, Felicidade é viajar para tal lugar, etc................
Toda hora, em todo lugar alguém gentilmente nos informa o que é felicidade, de acordo com o produto que se quer vender, com isso, vai se incorporando em nossas mentes que a felicidade é algo que eu preciso obter que eu preciso comprar que eu preciso ter.
Muito bem, mais de um mês de distancia entre o Bhutan e eu, hoje de manhã me dou conta de que a felicidade não é bruta, ela é sutil, delicada, sensível, leve, não tem para vender em loja, não tem para comprar na esquina.
Ela está no lugar mais difícil de alcançar, que foi onde os Deuses a colocaram em um dia de muita zanga com os seres humanos, “vamos colocá-la aonde eles nunca irão procurar, dentro de cada um”.
Ontem me perguntaram se as pessoas são mesmo felizes por aquelas montanhas, e eu me dou conta que sim, elas têm a delicadeza real da felicidade, são serenos, pacíficos, gentis, amistosos, generosos, suaves, movem-se devagar, apreciam a natureza, param para admirar uma árvore cheia de magnólias com um fundo de montanhas cheias de neve, dão bom dia mesmo a estranhos, com um sorriso no rosto, dão passagem nas ruas, sim, eles são felizes.
Na minha estupidez ocidental custei a perceber que os óculos com os quais eu os estava “avaliando” estão bastante embaçados e precisando urgentemente de uma limpeza e que aos poucos essa limpeza está se fazendo e me permitindo VER melhor o que vivi.
A felicidade esta sim dentro de cada um de nós, em baixo da pilha de desejos e “tenhos que ter”.